Certa noite contei imensas estrelas no céu. Umas tinham mais brilho do que outras, mas eram todas incansáveis...despedi-me de umas para olhar para outras. São todas tão bonitas, tão misteriosas, tão distantes...
Desejei que uma caísse naquela noite no meu jardim... só para poder olhar para ela mais de perto. Será egoísmo querer conhecer todos os pormenores de alguma coisa?
Não sei...mas senti-me egoísta.
Mas continuei a desejar que isso acontecesse.

Hoje não quero dizer que te amo.
Porque amar não passa de uma definição subjectiva definida por outros. Posso te amar segundo um ou outro autor, ou até talvez um conjunto de todos eles, mas não dispenso pormenores. Amar não é só o que está escrito e descrito em livros, panfletos, muros da rua ou em qualquer lado. Ou então não é amor o que eu sinto. Provavelmente é mais do que isso... ou uma forma diferente de amar, uma variante...não sei. Temos mesmo de nomear aquilo que sentimos para se tornar mais credivel aos nossos olhos ou aos das outras pessoas?!
Eu não te posso simplesmente dar a mão, dar-te um beijo, mimar-te e olhar-te?! Não posso invadir a tua mente e descobrir os teus pensamentos? Abraçar-te e dizer que és importante para mim?Ou terei que nomear o grau de importância e fazer comparações inesperadas que são de relevância variada de mim para ti (e de nós para os outros)?!
É bom ouvir um «amo-te»... é bom dizer o mesmo... mas hoje, sinto mais do que isso por ti...*

Saudade.
De passarmos tempos infinitos numa guerra de gargalhadas sem fim... de me deitar com um beijo teu e acordar-te com um beijo meu...de passearmos na praia, ou em torno de nossa* casa, ou em outro sitio qualquer... dos teus cozinhados (e dos meus também), do anoitecer contigo e do amanhecer a teu lado... de discutir contigo pelo plástico da palhinha do leite achocolatado que teimas em não arrumar...
Saudade do teu sorriso, do teu olhar,dos teus lábios, das tuas mãos... saudade de me falares ao ouvido, em segredo, para ninguém ouvir... vontade crescente de te ter a meu lado, de dizer a todo o mundo que te amo, sem sentir qualquer tipo de sentimento de vergonha ou hesitação em o fazer...
Saudade que me faz ter ainda mais a certeza que és o homem da minha vida, pai do nosso filho...
Saudades de ti.
Té amo *

Disseram-me que para viver apenas precisava de um papel branco, um lápis e uma borracha.
Nesse papel escrevi, desenhei, borratei, apaguei...
Quando apareceste na minha vida quis comprar lápis com cores...amarelo, verde, laranja, vermelho, azul...quis escrever a tinta permanente com a certeza que mais tarde nao iria querer apagar...

Promete.
Promete que não me vais magoar.
Promete que vais escolher todas as palavras que vais usar em mim.
Promete que não te esqueces de mim em momento algum.
Promete que o desejo de estares comigo nunca vai acabar.
Promete que o mundo não vai acabar amanhã e que seremos um, para todo o sempre.

Sem saber como nem porquê, fizeste de mim prisioneira em todo o teu ser.
Nomear tudo o que sinto por ti deixou de o ser possivel em palavras, limitado em gestos...
Nao sei o que me aconteceu...

Já algum dia acordaram com o mundo de pernas para o ar?..